Tal valor retirado dos cofres públicos mensalmente poderia ser bem inferior, caso a Prefeitura concluísse a reforma do prédio do antigo Paço Municipal, esquecida por quatro anos, durante a gestão passada, e emperrada por mais dois anos, na atual administração.
Isso porque órgãos atualmente lotados em prédios de aluguel, como o Arquivo Municipal, Rua Minas Gerais, 1112, Centro (R$ 1.698,61), Secretaria da Assistência Social, Rua São Paulo, 1284, Jd.Bela Vista (R$ 2.560,00), CMTMO, Av. Manoel Marques Rosa, 371, Jardim Santa Helena (R$ 3.300,00) e o Laboratório Municipal Av. dos Arnaldos, 2.264, Por do Sol (R$ 5.000,00), poderiam ser transferidos para o prédio próprio do município, que encontra-se abandonado.
Em maio de 2013, a prefeita Ana Bim anunciou o que seria uma possível solução para a questão: a utilização do prédio para abrigar várias secretarias. Já se passaram 22 meses e, até então, a promessa não foi cumprida.
À época, um release disparado à imprensa anunciava que: “a Prefeitura iniciou a limpeza do antigo prédio do Paço Municipal na Rua São Paulo, que será reformado para abrigar alguns departamentos da administração. O objetivo é reaproveitar o espaço e reduzir o número de alugueis pagos pela Prefeitura economizando recursos municipais”.
O texto que foi divulgado em diversos veículos de comunicação seguia informando que: “A equipe da Prefeitura está retirando todo piso, reboco e as antigas repartições. Também será retirada a cobertura de madeira que é muito antiga. A obra de reforma será feita através de processo licitatório que deve ser iniciado nos próximos dias. Segundo o secretário de Obras, Mário Amicucci, a estimativa do investimento é de R$ 300 mil reais. O novo prédio da Prefeitura receberá acessibilidade, banheiro para deficientes físicos e elevador. Será feita toda a parte elétrica e hidráulica e além de nova pintura e cobertura metálica”.
No entanto, o secretário de obras já foi trocado por duas vezes, e até então, não há sinais da famigerada licitação e muito menos do andamento das obras.
À época, a Prefeitura informou que sua equipe “fez a parte inicial de limpeza e a próxima etapa que é a reforma necessita ser licitada. Porém, como a administração está investindo recursos na reforma do prédio do Poupatempo, as obras do antigo Paço precisaram ser adiadas até que haja recursos suficientes para dar continuidade ao projeto”.
A reforma do Poupatempo também já terminou. Nele, além do órgão estadual e da Superintendência do Detran, outros órgãos municipais foram instalados e mesmo assim a lista de imóveis alugados continua grande, enquanto nem há sinais de obras no antigo Paço Municipal. (tabela abaixo).
RELEMBRE
A Prefeitura de Fernandópolis terá de pagar R$10 mil por mês pela locação do antigo prédio do SESI, um imóvel que pertencia ao município e foi vendido por R$ 1.190.000,00 pelo ex-chefe do Executivo Luiz Vilar de Siqueira, sob a alegação de estar “ocioso”.
À época, o então prefeito Vilar disse que iria se desfazer de imóveis “desnecessários” ao município, para utilizar os recursos advindos de suas vendas em outras obras municipais. Porém, os referidos recursos foram desviados da mencionada finalidade e utilizados para quitar débitos pontuais da Prefeitura.
Agora, gastar R$ 10 mil para alugar um prédio que já era do município, se fez necessário devido à demanda suprimida de vagas em creches na cidade e, a falta de imóveis públicos adequados para receber as crianças fernandopolenses.
“De imediato, esse prédio que já pertenceu ao município e foi entregue para pagar dívidas na administração passada, é o mais adequado porque já tem estrutura de escola e torna a instalação da CEMEI mais rápida”, afirmou a prefeita Ana Bim.
Além do antigo prédio do SESI, o ex-prefeito vendeu ainda a área do Uirapuru Tênis Clube, vários terrenos na cidade e alguns em General Salgado.