Poucos dias após o encerramento da 41ª FACIP, já se tem a certeza de que a festa com menor número de dias cinco, em vez de dez foi um sucesso. Em sua coluna Contexto, o jornalista Deonel Rosa Junior comenta as razões desse resultado.
O BOM RESULTADO FINANCEIRO
da 41ª Facip, ainda não divulgado oficialmente, mas cantado em prosa e verso nos bastidores, vai mostrar que estavam certas as vozes que achavam exagerada uma festa de 10 dias sob o guarda-chuva do poder público, consumindo,direta ou indiretamente, tempo e dinheiro da administração municipal.
TAL CORRENTE DE PENSAMENTO
sempre teve, historicamente, entre seus maiores defensores, o Jornal de Jales. Há mais de 15 anos, mais exatamente desde l995, quando houve uma primeira tentativa de reduzir os custos da feira, com a introdução de cobrança nas bilheterias do recinto, em suas colunas de opinião, o J.J. defendia a tese de que Facip com duração de 10 dias era mania de grandeza. E dava como exemplo o carnaval. Se o maior espetáculo da terra dura quatro dias, não havia razão para que uma feira agropecuária realizada no interior se prolongasse por 10, à custa do erário público.
OUTRO ARGUMENTO
era de que não cabe ao poder público organizar festas ou exposições, que deve ser um espaço de negócios entregue à iniciativa privada, para ter lucro ou prejuízo, dependendo da competência de cada um. Ao poder público cabe oferecer educação e saúde de qualidade, habitação digna, ruas e praças limpas, enfim, tratamento qualificado a quem paga a conta o contribuinte.
FELIZMENTE,
o prefeito Humberto Parini, no segundo ano do segundo mandato, teve a coragem de colocar o guizo no pescoço do gato, determinando à comissão organizadora que realizasse a Facip, a mais tradicional festa popular da região, em apenas cinco dias.
NO PRIMEIRO MOMENTO,
o prefeito e seus assessores tiveram até um rompante de populismo barato, ao anunciarem que não haveria cobrança no recinto. A coluna, refletindo o pensamento das cabeças mais sensatas da cidade, estrilou, surgindo daí uma solução salomônica - acesso gratuito ao recinto, mas cobrança na arena de shows e rodeios.
AGORA,
falta Parini fazer a segunda parte da lição de casa. Como ficou provado que realizar a Facip é um bom negócio, a Prefeitura deve preparar o momento psicológico favorável e preparar um edital, o mais rápido possível, entregando à iniciativa privada a realização da feira, impondo, lógico, alguma contrapartida financeira dos interessados para o setor social, onde as demandas são sempre superiores às disponibilidades.
SE ASSIM AGIR,
o prefeito passará para a história não somente por ter liderado ou participado de conquistas no ensino superior, com Fatec e Universidade Aberta do Brasil; na saúde, com revitalização da Santa Casa, instalação do AME e Hospital de Câncer. Mas, como o administrador que, ignorando a tentação do aplauso fácil, resolveu colocar fim à farra com o dinheiro público.