Benedito Antonio Craveiro mora em São Paulo. É aposentado da Polícia Civil paulistana. Há algumas semanas, acompanhado de parentes e amigos, ele esteve no Cemitério da Saudade, em Fernandópolis. O grupo pretendia acender velas no cruzeiro ali existente.
A partir desse dia, Benedito iria mergulhar numa misteriosa, inexplicável história cujo enredo tem fé, espiritismo, ocultismo, parapsicologia e solidariedade. A reportagem do CIDADÃO, ao passar casualmente pelo Cemitério da Saudade na manhã desta quinta-feira, acabou por conhecer a estranha história.
Dois amigos enfeitavam um túmulo, como muita gente faz antes do Dia de Finados. Alguma coisa chamou a atenção do repórter, que se aproximou do casal.
Em frente ao túmulo que é protagonista deste caso, Benedito narra os fatos: Eu estava visitando o cemitério, naquele dia, e quando caminhava em direção ao cruzeiro passei por este túmulo, parei intuitivamente e senti uma sensação que não me era comum, nunca me acontecera. Naquele momento comecei a pensar em um rapaz, jovem, que havia morrido asfixiado, após levar um tiro.
Benedito prossegue a narrativa: Perguntei ao funcionário do cemitério, de nome Salvador, e ele me confirmou a história de Sebastião Fernandes, nascido em 20 de janeiro de 1928, falecido em 6 de junho de 1948, aos vinte anos, da maneira que pressenti, vítima de asfixia após levar um tiro, contou o ex-policial.
No túmulo de Sebastião Fernandes há duas imagens, uma de Nossa Senhora Aparecida e outra de São Sebastião.
IMAGENS MUTANTES
A artista plástica e artesã Sônia Silva, moradora de Fernandópolis, que auxiliava Benedito na limpeza e decoração do túmulo, dá a sua versão dos fatos: No dia em que aconteceu aquele episódio, estávamos juntos, e quando Benedito me chamou e contou o que tinha sentido, fomos até o túmulo e notamos que uma imagem de Nossa Senhora estava caída atrás do jazigo. Havia uma imagem de São Sebastião na parte de cima, no alto. As imagens eram muito grandes, nós não conseguimos levantar a de Nossa Senhora, narrou.
O funcionário da prefeitura Salvador Lopes dos Santos, há 14 anos cuidando da limpeza e conservação do Cemitério da Saudade, confirmou que Benedito e Sônia pediram autorização para restaurar o túmulo de Sebastião Fernandes, bem como as duas imagens que estão em sua sepultura.
Eu concordei com a iniciativa deles, pois eles queriam ajudar, e realmente as imagens ficaram muito bonitas, disse Salvador.
No dia seguinte, quando retornamos com alguns amigos para pegar a imagem de Nossa Senhora e levá-la para pintura e restauração, notamos que as duas imagens não estavam no mesmo lugar, além de serem bem menores do que no dia anterior. Perguntamos ao Sr. Salvador se alguém havia mexido no túmulo, e ele garantiu que tudo estava como sempre estivera, e que também as imagens não tinham mudado de tamanho, contou Sônia.
Realmente as imagens eram maiores quando as vimos pela primeira vez, quem sabe justamente para chamar a nossa atenção. Aquilo me tocou de maneira muito profunda, relata Benedito, que enfeitou e limpou o túmulo de Sebastião Fernandes, pessoa que nunca chegou a conhecer.
Na tarde desta sexta-feira, 2, irei rezar um terço aqui neste túmulo, e estarão muitos amigos comigo e Sônia. Rezaremos para Nossa Senhora, São Sebastião, pedindo paz para o jovem Sebastião que está sepultado aqui. Nós temos que procurar fazer o bem, pois o bem está dentro de nós, basta não querermos mal para as pessoas e acreditar em Nossa Senhora, tendo muita fé em Deus, enfatiza Benedito.